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sexta-feira, 11 de março de 2011

Por que acreditar em Deus?


Público alvo: não-crentes

Caminho:
"É São Paulo quem te diz, alma de apóstolo: 'Justus ex fide vivit' - O justo vive da fé.
- Que fazes, que deixas apagar esse fogo?"
(ESCRIVÁ, Josemaría. Caminho. Quadrante, São Paulo, 1999)

Se eu respondesse à pergunta que entitula esse texto à crentes (no sentido literal da palavra), diria: acredito em Deus porque um dia Ele me cativou, e continuo acreditando porque me relaciono com Ele: ele fala comigo através de pessoas, de palavras bíblicas e de palavras em livros escritos por pessoas de mentes ungidas; acredito porque Ele fez maravilhas em minha vida e na de meus familiares, etcs. Mas já sei que esses argumentos não são válidos a não-crentes. Então, giremos a moeda.
"O justo vive da fé". Simplesmente isso. Acreditei em Deus porque um dia Suas coisas me chamaram atenção e continuei acreditando porque eu quis (já ouviste falar do livre arbítrio? Se não, podes deixar um comentário que posto um texto à respeito disso. Mas, em poucas palavras, o livre arbítrio consiste em não sermos marionetes nas mãos do Deus criador, mas sermos criaturas que temos a liberdade de acreditar em tudo isso ou não). E por que eu quis? Deixando de lado todos argumentos regados de palavras (vocabulários e essências) de fé, nos quais se manisfesta inclusive uma sobrenaturalidade divina, eu quis continuar acreditando porque isso me torna uma pessoa justa. Melhor dizendo, viver na fé é um convite para que eu tente ser uma pessoa justa, gradualmente, diariamente. Vejamos:
- se eu vivo o mandamento de amar o próximo como a mim mesmo, exceto se eu for uma pessoa totalmente tomada por problemas psicológicos que me fazem, verdadeiramente, não me amar, jamais tratarei um ser humano de forma má, pelo contrário: me esforçarei para ser uma presença boa a ele. Medirei minhas palavras e meu tom de voz; se eu estiver em um grupo, tentarei conduzir a conversa para que ela fuja das fofocas, do falar-mal-dos-outros;
- se encontro alguém com necessidade, tanto material quanto psicológica (a cristãos, eu diria necessidades de contextos espirituais), tratarei esse alguém com especial cuidado materno e tentarei ajudá-lo, materialmente, se assim eu puder, e, especialmente, com um sorriso, um abraço e palavras ditas mirando em seus olhos;
- procurarei me esforçar para tratar dignamente meus pais ou responsáveis, em gratidão a todo amor e dedicação a mim dados;
- procurarei não julgar os outros; falar de alguém sendo que não tenho certeza do que estou dizendo e, acima de tudo, falar sempre bem sobre as outras pessoas, jamais declarando (e, muitas vezes, julgando) algum ponto negativo;
- procurarei não matar outros seres humanos, nem fisicamente nem moralmente - sim, há morte moral, e acontece quando lançamos palavras e olhares agressivos a outrém;
- me esforçarei para ser fiel em meus relacionamentos, seja com um namorado ou com meus amigos;
- não roubarei objetos alheios, seja por necessidade, ciúme ou vingança;
- não desejarei um homem que já seja comprometido com outra mulher - desejar alguém nessas condições é possível, não somos imunes disso, mas o importante é esforçar-se para não colocar esse desejo em prática;
-...
Imagine, caro leitor, se todas as pessoas tivessem esses cuidados com o próximo.
Não, a Igreja não quer implantar a ditadura, nem ser mandante. Seja coerente e reflita: não seria este mundo um mundo melhor se as pessoas vivessem em harmonia? A Igreja, em sua missão, apenas passa adiante os ensinamentos de Deus, ela não sufoca, não exila, não massacra. Esse papo de que a Igreja quer, e sempre quis, estabelecer a ordem na sociedade, é regado de ignorância e imponderância.
E o que me dá força (aos cristãos, fortaleza) e paciência (aos cristãos,benevolência) para cumprir com esses deveres e implantar a harmonia entre mim e meus próximos? A resposta: minha crença e esperança em Deus.
Ok, sei que há muitas pessoas que são "do bem" e não creem em Deus. Ok, não é preciso acreditar em Deus para sermos pessoas boas. Não vou entrar no argumento que, se somos bons, somos divinamente bons porque todo e qualquer sentimento de bondade vem de Deus, sei que isso não convence não-crentes. Então, pensemos assim: quando se faz algo mas se tem em meta um objetivo, a caminhada até o nosso ponto de chegada se torna mais intensa e vigorosa. Assim funciona a vida daquele que crê: é possível fazer o bem sem ter a crença em Deus, mas quando se tem essa crença (quando se tem aquele objetivo), a caminhada se torna mais prezerosa, mais leve, mais vigorosa: redobramos a nossa força!
E o que significa ter a meta da caminhada em Deus?
Significa, no contexto desse texto, que quando faço um bem para meu próximo, estou lançando um tijolo ao celeste para a construção da minha morada eterna. Claro que não-crentes não acreditam nesse papo de morada eterna, de viver com Deus após nossa morte terrena, mas... é isso. Se creio em Deus, sei que, fazendo o bem, me torno uma criatura ainda mais agradável aos olhos d'Ele, que me ama independentemente de eu fazer o bem ou não. Mas, se faço o bem, estou seguindo Seus ensimanentos, e isso já é um grande ponto. Se o objetivo da minha caminhada diária é Ele, cada coisa que eu faço no meu dia-a-dia, por mais minúscula que seja, faz com que eu pense que Ele está me observando, e que eu quero ser um bom testemunho das Suas obras, do Seu Reino. Finalmente, se consigo realizar todas as minhas atividades focando Deus no fim da minha meta, estou, inevitavelmente, caminhando para Ele.
E, se tu não crês na existência d'Ele, guarde, então, tudo que aqui foi dito sobre ser uma pessoa justa. E lembre que, quando temos uma meta, nossa caminhada se torna mais agradável.


Por: Caroline Lazzari Manfio

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