Padre Fábio de Melo
Quantas vezes, em nossa vida, criamos repulsas por nós mesmos por causa de nossos pecados! A consequência dos pecados, dos erros, não é o tempo que o erro dura, mas o que ele vai gerando dentro de nós. Você não tem o direito de viver como um miserável, porque você não o é. Nós não podemos nos transformar nos erros cometidos.
Nada nesta vida pode me emocionar mais do que o coração de Jesus. Pensar que Ele amava como amou, olhar para o jeito como Ele olhava o mundo, como Ele via a miséria humana e tudo aquilo que era feio, triste e desagradável. Essa Canção Nova está cheia, porque todos nós necessitamos ouvir, todos os dias, que Deus nos ama, nos quer bem, que Ele não se cansa de nós. A Canção Nova está repleta de gente, porque todos nós, que experimentamos a miséria, sabemos como é duro viver, como facilmente caímos nas desgraças, como é fácil tornarmos nossa vida um inferno. E a porta da nossa destruição é justamente o momento em que deixamos de nos querer bem. É por isso que a Igreja se preocupa em gritar em alto e bom som que a Deus nos ama.
Deus ama você! Apesar da nossa miséria, essa notícia não muda. É maravilhoso pensar que o movimento do Criador é fazer com que a Sua criatura O perceba, O conheça. A grande graça de Deus é olhar para você e não achar que você é multidão.
Eu não sei quando foi o seu encontro com Jesus; não sei se você O conheceu por meio das histórias que sua mãe lhe contava dEle ou se você escutou que Ele realizava milagres; eu não sei qual foi o caminho que você andou até encontrar a imagem de Jesus Misericordioso nem o que Ele significa para você. Mas eu sei o que essa imagem significa para o Pai.
Ninguém pode compreender o amor senão através de outra pessoa, pois o amor nós não aprendemos na faculdade com conceitos e teorias. Por isso o Pai fez questão de nos enviar Alguém que ama, um homem responsável, porque conhece a lei. Jesus é um bom judeu, não relativiza a religião, não é um homem que fala bobagens , porque foi bem preparado, foi um menino bem educado, porque Deus fez questão de colocá-Lo como filho de uma mãe que sabia ser mãe. Ele não é um medroso, um mentiroso. É um homem terno, que gosta da vida, gosta tanto dela que é mostrado indo a festas, conversando com amigos. É um homem que não tem preconceitos. Ele foi capaz de ir a lugares inusitados, sentar com pecadores, conversar com miseráveis.
As autoridades da época achavam um absurdo o que Jesus Cristo fazia. Jesus tinha um coração cheio de amor, e quem ama de verdade não tem medo de encontrar as pessoas, não tem medo de encontrar os miseráveis. Sabe por que não gostamos de estar diante de um miserável? Porque quando estamos diante dele, nos deparamos também com as nossas misérias.
Jesus foi um homem complexo. Um homem capaz de olhar a aparência e nela não se prender, pois sabia que por trás de uma aparência de repulsa havia um coração necessitado de Deus. Ele se sentava com os leprosos e prostitutas. Ele as convencia de que a vida podia ser nova e diferente. Ele não teve medo de confundir as pessoas mostrando-se tão humano.
Como posso acreditar que um Deus se deixa ser crucificado? Como acreditar num Deus que se senta para comer com quem não vale nada? Como acreditar num Deus aparentemente tão contraditório, tão cheio de paradoxos? Não sei como o Pai entrou em sua vida e lhe apresentou Jesus, mas hoje eu vivo a Festa da Misericórdia com tanta emoção que posso lhe dizer que foi assim que eu o conheci e aprendi que podemos segui-Lo sendo divinos e sendo homens.
Hoje, posso dizer que sou filho da Misericórdia, porque o Deus que eu conheci não é um deus de fachada, de hipocrisia, mas este Jesus da festa de hoje, que tem essa sedutora face e que diz com tanta coragem, por meio de Santa Faustina, à alma fraca e pecadora: “Não tenha medo de se aproximar de mim, pois mesmo que seus pecados fossem como todos os grãos de areia do universo, seria nada em meio à imensidão de meu amor”.
Foi para isso que eu me tornei padre, para retirar o seu medo de se aproximar dEle, para ajudá-lo a jogar fora o “câncer espiritual” que cresce dento de você, alimentado pelo autodesprezo que o pecado coloca dentro de você.
Se Deus amava aqueles que aparentemente não valiam nada, aqueles que eram causa de escândalos, Ele pode amar a mim e a você também. Não há nada que não possa ser curado pela misericórdia de Jesus.
Sabe porque, muitas vezes, desistimos? Porque nos falta religião para nos apoiar. Quando você, na lida do seu dia a dia, precisa redescobrir o seu valor como pessoa, enfrentar as picuinhas da sua alma, as suas mentiras, quando precisa olhar no espelho e ver suas vergonhas, só o que lhe resta é dizer-se: “Deus me ama”.
“Deus me ama” é o contexto de uma vida inteira. O Senhor ama você, porque, antes, Ele amou Lázaro, amou Maria Madalena, Pedro, amou Judas. Deus amou Adão, amou Eva. Ele é misericórdia e por isso eu posso lhe dizer: ninguém o ama como Deus.
Eu, como sacerdote que sou, não tenho o direito, pela condição que me foi colocada, de dizer que você é um caso perdido, pois ao dizer isso, eu estou contradizendo o que, com a misericórdia, eu aprendi, porque eu também posso ser considerado um caso perdido.
A misericórdia nunca vai lhe dizer que você é um caso perdido. Jesus, ao amar, corrige, impõe limites, por isso não se assuste se a misericórdia de Deus lhe for dura. Quanto mais nós amamos uma pessoa, mais queremos colocá-la no equilíbrio. No coração misericordioso de Jesus ainda existe lugar para você.
Se nós acreditarmos, verdadeiramente, que no coração de Deus tem sempre um lugar para nós, vamos mudar as nossas condutas, porque isso é precioso demais.
O anúncio do Evangelho é para nos ajudar a escolher pela vida. Quer saber se você está no caminho certo? É só saber se você está conseguindo dormir bem, colocar a sua cabeça no travesseiro, satisfeito com a ser humano que você é.
Os raios da imagem de Jesus Misericordioso é direcionado para o chão, porque é onde estão as nossas misérias humanas. E eu prefiro, muito mais, ter minhas misérias aos pés de Jesus, do que minhas vitórias no rabo de diabo.
A pior vaidade que podemos experimentar na vida é a espiritual, daqueles que experimentaram o amor de Deus e se sentem melhor do que aqueles que ainda não passaram por essa experiência. Na cruz, humilhado, mostrando na sua indigência humana, foi o único lugar em que Jesus esteve acima de nós.
A Festa da Misericórdia nos lembra que a nossa família precisa ser a casa da misericórdia, a casa do abraço.
“Senhor, quero ser o instrumento da sua misericórdia. Retire, Senhor, de nosso meio, o ódio, a competição; e coloca o dom de amar, para que sejamos uma célula do seu amor a transformar o mundo, a sociedade.” Coragem! A misericórdia é para você. Faça do seu coração um lugar de amor.
Transcrição e adaptação: Michelle Mimoso
Nada nesta vida pode me emocionar mais do que o coração de Jesus. Pensar que Ele amava como amou, olhar para o jeito como Ele olhava o mundo, como Ele via a miséria humana e tudo aquilo que era feio, triste e desagradável. Essa Canção Nova está cheia, porque todos nós necessitamos ouvir, todos os dias, que Deus nos ama, nos quer bem, que Ele não se cansa de nós. A Canção Nova está repleta de gente, porque todos nós, que experimentamos a miséria, sabemos como é duro viver, como facilmente caímos nas desgraças, como é fácil tornarmos nossa vida um inferno. E a porta da nossa destruição é justamente o momento em que deixamos de nos querer bem. É por isso que a Igreja se preocupa em gritar em alto e bom som que a Deus nos ama.
Deus ama você! Apesar da nossa miséria, essa notícia não muda. É maravilhoso pensar que o movimento do Criador é fazer com que a Sua criatura O perceba, O conheça. A grande graça de Deus é olhar para você e não achar que você é multidão.
Eu não sei quando foi o seu encontro com Jesus; não sei se você O conheceu por meio das histórias que sua mãe lhe contava dEle ou se você escutou que Ele realizava milagres; eu não sei qual foi o caminho que você andou até encontrar a imagem de Jesus Misericordioso nem o que Ele significa para você. Mas eu sei o que essa imagem significa para o Pai.
Ninguém pode compreender o amor senão através de outra pessoa, pois o amor nós não aprendemos na faculdade com conceitos e teorias. Por isso o Pai fez questão de nos enviar Alguém que ama, um homem responsável, porque conhece a lei. Jesus é um bom judeu, não relativiza a religião, não é um homem que fala bobagens , porque foi bem preparado, foi um menino bem educado, porque Deus fez questão de colocá-Lo como filho de uma mãe que sabia ser mãe. Ele não é um medroso, um mentiroso. É um homem terno, que gosta da vida, gosta tanto dela que é mostrado indo a festas, conversando com amigos. É um homem que não tem preconceitos. Ele foi capaz de ir a lugares inusitados, sentar com pecadores, conversar com miseráveis.
Jesus foi um homem complexo. Um homem capaz de olhar a aparência e nela não se prender, pois sabia que por trás de uma aparência de repulsa havia um coração necessitado de Deus. Ele se sentava com os leprosos e prostitutas. Ele as convencia de que a vida podia ser nova e diferente. Ele não teve medo de confundir as pessoas mostrando-se tão humano.
Como posso acreditar que um Deus se deixa ser crucificado? Como acreditar num Deus que se senta para comer com quem não vale nada? Como acreditar num Deus aparentemente tão contraditório, tão cheio de paradoxos? Não sei como o Pai entrou em sua vida e lhe apresentou Jesus, mas hoje eu vivo a Festa da Misericórdia com tanta emoção que posso lhe dizer que foi assim que eu o conheci e aprendi que podemos segui-Lo sendo divinos e sendo homens.
Hoje, posso dizer que sou filho da Misericórdia, porque o Deus que eu conheci não é um deus de fachada, de hipocrisia, mas este Jesus da festa de hoje, que tem essa sedutora face e que diz com tanta coragem, por meio de Santa Faustina, à alma fraca e pecadora: “Não tenha medo de se aproximar de mim, pois mesmo que seus pecados fossem como todos os grãos de areia do universo, seria nada em meio à imensidão de meu amor”.
Foi para isso que eu me tornei padre, para retirar o seu medo de se aproximar dEle, para ajudá-lo a jogar fora o “câncer espiritual” que cresce dento de você, alimentado pelo autodesprezo que o pecado coloca dentro de você.
Se Deus amava aqueles que aparentemente não valiam nada, aqueles que eram causa de escândalos, Ele pode amar a mim e a você também. Não há nada que não possa ser curado pela misericórdia de Jesus.
Sabe porque, muitas vezes, desistimos? Porque nos falta religião para nos apoiar. Quando você, na lida do seu dia a dia, precisa redescobrir o seu valor como pessoa, enfrentar as picuinhas da sua alma, as suas mentiras, quando precisa olhar no espelho e ver suas vergonhas, só o que lhe resta é dizer-se: “Deus me ama”.
“Deus me ama” é o contexto de uma vida inteira. O Senhor ama você, porque, antes, Ele amou Lázaro, amou Maria Madalena, Pedro, amou Judas. Deus amou Adão, amou Eva. Ele é misericórdia e por isso eu posso lhe dizer: ninguém o ama como Deus.
Eu, como sacerdote que sou, não tenho o direito, pela condição que me foi colocada, de dizer que você é um caso perdido, pois ao dizer isso, eu estou contradizendo o que, com a misericórdia, eu aprendi, porque eu também posso ser considerado um caso perdido.
A misericórdia nunca vai lhe dizer que você é um caso perdido. Jesus, ao amar, corrige, impõe limites, por isso não se assuste se a misericórdia de Deus lhe for dura. Quanto mais nós amamos uma pessoa, mais queremos colocá-la no equilíbrio. No coração misericordioso de Jesus ainda existe lugar para você.
Se nós acreditarmos, verdadeiramente, que no coração de Deus tem sempre um lugar para nós, vamos mudar as nossas condutas, porque isso é precioso demais.
O anúncio do Evangelho é para nos ajudar a escolher pela vida. Quer saber se você está no caminho certo? É só saber se você está conseguindo dormir bem, colocar a sua cabeça no travesseiro, satisfeito com a ser humano que você é.
Os raios da imagem de Jesus Misericordioso é direcionado para o chão, porque é onde estão as nossas misérias humanas. E eu prefiro, muito mais, ter minhas misérias aos pés de Jesus, do que minhas vitórias no rabo de diabo.
A pior vaidade que podemos experimentar na vida é a espiritual, daqueles que experimentaram o amor de Deus e se sentem melhor do que aqueles que ainda não passaram por essa experiência. Na cruz, humilhado, mostrando na sua indigência humana, foi o único lugar em que Jesus esteve acima de nós.
A Festa da Misericórdia nos lembra que a nossa família precisa ser a casa da misericórdia, a casa do abraço.
“Senhor, quero ser o instrumento da sua misericórdia. Retire, Senhor, de nosso meio, o ódio, a competição; e coloca o dom de amar, para que sejamos uma célula do seu amor a transformar o mundo, a sociedade.” Coragem! A misericórdia é para você. Faça do seu coração um lugar de amor.
Transcrição e adaptação: Michelle Mimoso
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